terça-feira, 7 de abril de 2009

Dos Ritos Pagãos até a Páscoa

Antes de desejar uma Feliz Páscoa, um pouco de informação nunca é demais!


Poucos sabem que a Páscoa, como a maioria das datas católicas, teve também sua origem em rituais pagãos que ocorriam na Europa central durante a existência do Império Romano. Em português, Páscoa tem origem na palavra judaica Pessach, que significa transição. Mas em inglês o termo Easter, mostra a clara proximidade com Eostre (ou Ostara), deusa anglo-saxã da luz cujo animal sagrado era uma... lebre. Diz-se que a mesma deusa é vista em algumas representações como tendo a cabeça do próprio animal.
Ostara - é o primeiro dia da Primavera. (...) Na agricultura, sinaliza o tempo em que as sementes são plantadas e começam o seu processo de crescimento. (...) A Deusa reverenciada nesse dia é Eostre ou Ostara, que significa "a Deusa da Aurora", uma Deusa anglo-saxã da Primavera, da ressurreição e do renascimento. Estava associada à fertilidade e aos grãos, e oferendas de pão e bolo eram feitas nessa época a ela. (...)
Nesse dia, os antigos pagãos da Europa acendiam fogueiras nos cumes de montanhas, pois acreditavam que o brilho do fogo seria capaz de tornar a terra frutífera e manter suas casas em segurança. O Fogo aceso também simbolizava iluminar os caminhos para que o Sol pudesse retornar a Terra. (...)


A primeira e mais preservada Tradição Pagã de Ostara é a decoração dos ovos. O ovo simboliza a fertilidade da Deusa e do Deus, o símbolo de toda a criação. Ao decorá-los, estamos carregando-os como Objetos Mágicos, de acordo com as cores que utilizamos. É uma Tradição também esconder os ovos; e achá-los si mboliza que a pes soa alcançará suas metas. (...) Outro simbolismo é o Coelho da Páscoa. Muitos nem se quer percebem que o Coelho é um dos maiores símbolos de fertilidade da Deusa, pois eles levam 28 dias para gerarem e darem à luz aos filhotes; e 28 dias é o ciclo completo de uma lunação. Além disso, a lenda do Coelho da Páscoa tem uma estreita relação com a referente Deusa Eostre, na qual um gentil coelhinho pedia favores a Deusa e em troca botava ovos, decorava-os e presenteava a Deusa com eles. Segundo a lenda, Eostre ficou maravilhada com a beleza dos ovos e ficou tão contente que desejou que toda a humanidade pudesse compartilhar de tamanha beleza e alegria. Assim, o coelho começou a viajar por todo o mundo na época do Equinócio de Primavera, presenteando a todos com seus ovos decorados.

Os judeus, tal como todos os povos semitas, também celebravam a Páscoa, numa cerimônia marcada pelo consumo dos chamados pães ázimos e da carne de cordeiro, que depois passou a assinalar a sua "saída à pressa do Egito". A celebração desta libertação perpetuou-se também com estas marcas e era desta forma que o próprio Jesus a celebrava. Ele morreu nas vésperas da Páscoa, quando foi a Jerusalém festejá-la com os seus discípulos e claro que celebrou a Páscoa tal e qual como os judeus. Começava com ervas amargas, como símbolo das dificuldades da vida, e com o pão ázimo. Depois bebia-se três taças de vinho, como sinal de alegria. No centro, estava o cordeiro pascal, a forma como se procederia nesta refeição especial para os judeus e como teria acontecido na chamada última ceia de Jesus.
Quando foi organizada e institucionalizada a Igreja Católica em Roma, seus líderes precisavam buscar referências populares para que ela conseguisse se afirmar. Assim, ao invés de simplesmente ir contra as festas pagãs comuns na época, a Igreja se apropria destas festas e as insere um significado cristão. Assim é que a Páscoa hebraica é coincidida com o sabbat pagão de Ostara, e passa a simbolizar a morte e ressurreição de Cristo. Daí vem a tradição dos ovos e do coelho, que significam o nascimento e a fertilidade, dois conceitos tão caros a esta data, tanto para cristão quanto pagãos.

Feliz Páscoa! Feliz Pessach!
Feliz Festival!

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