quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Karl Marx: fetichismo e alienação

O fetichismo da mercadoria, descrito no primeiro capítulo da obra O capital, de Karl Marx, revela um mundo em que as relações sociais ocorrem por meio das coisas; as coisas detém o poder de estabelecer as relações sociais, e os homens estabelecem relações materiais. A partir dessa forma de ser das relações humanas no sistema capitalista, o mundo da mercadoria adquire proporções enormes, o processo de expansão do capital conquista uma impressionante força, impulsionado pela supressão das distâncias e do tempo.

Com a universalização da produção de mercadorias, as relações sociais entre os produtores passam a ser mascaradas pelas relações de troca entre as diferentes mercadorias. Assim, as relações sociais entre as pessoas aparecem como relações sociais entre coisas: “A teoria marxiana conduz à desmistificação do fetichismo da mercadoria e do capital. Desvenda-se o caráter alienado de um mundo em que as coisas se movem como pessoas, e as pessoas são dominadas pelas coisas que elas próprias criam. Durante o processo de produção, a mercadoria ainda é matéria que o produtor domina transforma em objeto útil. Uma vez posta à venda no processo de circulação, a situação se inverte: o objeto domina o produtor. O criador perde o controle sobre sua criação, e o destino dele passa a depender do movimento das coisas, que assumem poderes enigmáticos. Enquanto as coisas são animizadas e personificadas, o produtor se coisifica. Os homens vivem, então, num mundo de mercadorias, um mundo de fetiches.

Mas o fetichismo da mercadoria se prolonga e amplifica no fetichismo do capital”.


MARX, K. O Capital. São Paulo: Nova Cultura, 1996.

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